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Saiba os riscos da obesidade mórbida

A obesidade mórbida é uma doença e, como qualquer outra, requer tratamento. O Ciência & Saúde de hoje apresenta as causas, os tratamentos e os prejuízos para o corpo humano, que pode contrair até 60 comorbidades relacionadas ao excesso de peso Morbidez. A palavra pode espantar os ouvidos menos habituados. Agora leia em voz alta: obesidade mórbida. Assusta? Dá a impressão de que o paciente está para morrer? Para muitos, sim, mas uma rápida consulta ao dicionário pode desmistificar. O termo “mórbido” refere-se à doença, não à morte, e é utilizado para classificar o obeso cujo Índice de Massa Corporal (IMC) supera os 40kg/m². Para calcular o seu IMC, basta fazer uma conta matemática simples: dividir o peso, em quilogramas, pelo quadrado da altura, em metros (ver tabela na página 4).

O cirurgião do aparelho digestivo Rodrigo Babadopulos explica que o termo “mórbido” surgiu das doenças relacionadas à obesidade: “Normalmente, é um paciente que está hipertenso e que, se não tivesse com sobrecarga de peso, talvez não estivesse doente”. Além da hipertensão, as comorbidades mais comuns entre os obesos são o diabetes, a apineia do sono e as osteoartropatias – ou articulações lesionadas por sobrecarga. Quem se enquadra no perfil de morbidez tem predisposição para contrair até 60 tipos de doenças associadas ao excesso de peso. Por isso, o obeso mórbido deve ser encarado como um enfermo que, como qualquer outro, precisa de tratamento.

Se não for cuidada, a obesidade pode levar ao câncer e, até mesmo, à impotência, no caso dos homens, e à infertilidade, no das mulheres. Quem explica é o médico cirurgião Luiz Moura: “Os obesos têm 40% mais chance de contrair câncer. E de todos os tipos. Mas, principalmente, de mama e útero, na mulher, e no intestino grosso e na próstata, no homem”.

Diante de tantos riscos para a saúde, algumas inquietações podem surgir: como uma pessoa chega ao estado de morbidez? O que leva alguém a ter que carregar, em um só corpo, o peso de duas ou três pessoas? De acordo com os especialistas, a explicação para a maioria dos casos reside no comportamento alimentar, que deve ser monitorado desde o aleitamento materno.

Segundo o cirurgião Babadopulos, uma criança não-amamentada tem, aproximadamente, 13% de chance a mais de ser um adulto obeso. Além da alimentação, há outros fatores, como o sedentarismo, as predisposições genéticas, o metabolismo e, por fim, o componente cultural – razão essa que, de acordo com Babadopulos, manifesta-se ainda na infância, com o discurso do “menino bonito é o menino gordo, cheio de dobrinhas”.

Os fatores genéticos influenciam, especialmente, quando os pais são obesos. Segundo os médicos, nesses casos, 80% dos filhos acompanham a tendência. Com um dos genitores obeso, a chance cai para 40% a 50%; quando nenhum dos pais tem excesso de peso, 10% dos filhos podem vir a ter.

Tratamentos
Apesar da carga genética e da força dos outros fatores, é possível reverter a situação. Esse foi o caso da médica Lorena Cavalcante, da atriz Poliana Moraes e do economista Mauro César, histórias contadas nas páginas seguintes. Embora os três tenham feito a cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como redução de estômago, médicos orientam que o caminho mais adequado varia em função do tipo de obesidade e do comportamento alimentar do paciente. Por exemplo, a cirurgia recomendada pelos médicos aos diabéticos e aos que sofrem de esofagite de refluxo é a bypass (desvio em inglês).

Em primeira instância, a intervenção cirúrgica só é aconselhada aos mórbidos e àqueles cuja obesidade oferece riscos à saúde. É o caso de determinados obesos com IMC entre 35 e 40 kg/m² que, apesar de ainda não estarem no intervalo de morbidez, costumam sofrer de hipertensão e/ou diabetes. Entre os médicos, estima-se que apenas 3% a 5% dos obesos com IMC acima de 40kg/m², ou seja, os mórbidos, consigam se reeducar sem operar. Nos casos de obesidade leve (IMC até 30 kg/m²), moderada (IMC até 35 kg/m²) e severa (IMC até 40 kg/m²), o método clínico deve ser a primeira opção de tratamento. Dieta, exercícios, medicação e acompanhamento endocrinológico e nutricional devem ser seguidos à risca.

Fonte: O Povo

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