O processo de filtragem de todo o sangue que temos no nosso corpo é encabeçado por dois pequenos órgãos que ficam situados nas costas. Os rins, que pesam entre 150 e 300 gramas cada chegam a filtrar até 180 litros de sangue durante o dia.
O Bem Estar desta segunda-feira (13) falou sobre a saúde desses órgãos, que são tão importantes para o corpo humano, com a participação da pediatra Ana Escobar e do nefrologista José Osmar Medina Pestana.
Além de filtrar o sangue, os rins são importantes para manter o equilíbrio de líquidos e sais do organismo – é o mecanismo de controle mais elaborado que o corpo tem.
Com isso, eles controlam a pressão arterial, eliminam o excesso de substâncias químicas, como o sódio, produzem um hormônio que interfere na produção de células de sangue e ativam a vitamina D, essencial para a absorção de minerais no intestino.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, cerca de 10 milhões de pessoas no país tem alguma disfunção renal, mas poucas sabem. Os sintomas de problemas no rim não são de fácil identificação. Um deles é a retenção exagerada de líquido, que leva a inchaço e aumento da pressão arterial. Acordar várias vezes durante a noite para urinar também pode ser sinal de que algo está errado.
A hipertensão e, principalmente, a diabetes, estão normalmente associadas com as disfunções renais. Cerca de 100 mil brasileiros precisam fazer diálise – tratamento no qual alguma máquina ou líquido de fora do corpo é usado para filtrar o sangue – e, desses, 60% têm diabetes.
Os danos que essas duas doenças provocam nos rins são permanentes e, por isso, é importante mantê-las sob controle. A hipertensão machuca os rins porque o sangue passa com mais dificuldade pelos vasos. Já os diabéticos costumam perder proteína pela urina, o que também acarreta em lesões.
As pedras nos rins – ou cálculo renal – são formadas por substâncias que o rim elimina normalmente, como o cálcio ou o ácido úrico. A urina é formada por cristais, e algum distúrbio de metabolismo ou alimentação pode causar a formação das pedras. Elas podem sair pela urina ou com cirurgia.
Em geral, essa é uma alteração transitória e o funcionamento dos rins volta logo ao normal. A formação das pedras não está ligada à ingestão de minerais, como o cálcio, mas sim ao hábito de beber pouca água.
Uma enquete realizada pelo site do Bem Estar indicou que 49% dos leitores bebem até cinco copos d’água por dia. Outros 34% ingerem entre cinco e dez copos, e 17% tomam mais de dez por dia.
Um problema mais grave é a nefrite, uma inflamação no rim, precedida por algum outro problema. Por exemplo, uma infecção de garganta pode formar anticorpos que se juntam a algumas proteínas e formam um complexo proteico. Isso é depositado nos rins, que o enxergam como um corpo estranho, e isso provoca uma inflamação.
Existe ainda a doença renal policística, que é hereditária e atinge cerca de 3% das pessoas que precisam fazer diálise. O rim cresce, fica cheio de cistos e perde a capacidade de filtrar. Existem casos em que o órgão cresce tanto que chega a pesar até 8 kg.
Fonte: Globo – G1