O tradicional arroz faz parte da rotina da maioria das pessoas, mas infelizmente com uma freqüência cada vez menor. Há algum tempo atrás, o arroz fazia parte da composição do almoço e do jantar, já hoje, é taxado como vilão da dieta, sendo descartado do jantar e substituído por lanchinhos com pão, por exemplo. O que muitos não sabem é que essa troca não é nada interessante a saúde.
Se pensarmos em um almoço ou jantar composto por arroz, feijão, uma salada de folhas, verduras cruas e/ou refogadas e uma carne, estaremos falando de uma refeição completa, rica em vitaminas, minerais, compostos fenólicos, fibras, carboidratos, proteínas e gorduras essenciais para o equilíbrio metabólico. Já no caso dos lanches, que tem como composição os pães (branco ou integral), queijos, embutidos e pouca ou nenhuma verdura e folhas, estaremos falando da inclusão de alimentos industrializados, portanto ricos em aditivos químicos, conservantes, corantes, glúten, proteína do leite (beta-lactoglobulina) que são geralmente associados a malefícios a saúde.
Atualmente como nutricionista, não gosto nem de comparar o arroz integral ao arroz branco, tamanhas as diferenças na composição nutricional. Os componentes do arroz integral estão relacionados a benefícios a saúde, como controle da glicemia (prevenção do diabetes e da obesidade), redução dos níveis séricos de lipídios (gorduras) além de redução da pressão arterial, doenças cardiovasculares entre outros benefícios. Para entender melhor, vamos falar um pouco sobre as diferenças entre o arroz branco e integral:
– Amido: é um carboidrato (homopolissacarídeo) principal constituinte do arroz em geral, em maior proporção no arroz branco. Este componente irá influenciar diretamente a resposta glicêmica (velocidade em que é aumentado o açúcar no sangue), do alimento, que pode variar de 54-121%. Alimentos com menor resposta glicêmica estão associados à redução dos lipídios séricos, diminuindo risco de doenças cardiovasculares, assim como prevenção e tratamento do diabetes.
Os polissacarídeos que não são digeridos como celulose, hemiceluloses, amido resistente e pectinas, classificadas como fibras solúvel e insolúvel estão mais presentes no arroz integral. Seus principais benefícios estão relacionados a melhora da constipação, controle da glicemia, além de substrato as bactérias intestinais (flora intestinal), que promovem efeitos benéficos a saúde, como melhora do sistema imunológico, absorção e ativação de vitaminas e minerais, modulação hormonal e outros.
– Proteínas: Presente em maior concentração no arroz integral. Seu conteúdo pode variar de 4,3 e 18,2% (albumina, globulina, prolamina e glutelina). Contendo aminoácidos como aspartato, glutamato e lisina. A lisina é muito indicada em casos de herpes, por exemplo.
– Lipídios: Presentes principalmente no arroz integral, sendo os principais os ácidos palmítico, oléico e linoléico. Essas gorduras têm papel muito importante na síntese de hormônios por exemplo. Apresentam um papel importante em vários processos fisiológicos e que, por não serem sintetizados pelo organismo humano, dependem da alimentação. Estas gorduras estão associadas à redução no colesterol total e ao aumento do colesterol HDL (colesterol “bom”), auxiliando a prevenção de doenças cardiovasculares. Estes benefícios se devem também a presença de matéria insaponificável (γ- orizanol, tocotrienóis e esteróis).
– Minerais: a concentração de minerais depende diretamente das condições do solo. Destaca-se o silício, fósforo, potássio e magnésio. De maneira geral a maioria dos minerais apresentam-se em maiores concentrações no arroz integral, depois no parabolizado e em menores concentrações no arroz branco.
– Vitaminas: vitaminas do complexo B e vitamina E são encontradas em maior concentração no arroz integral. Estas estão relacionadas a melhora da energia e ação antioxidante (antienvelhecimento, prevenção de câncer, entre outros). O arroz apresenta ainda em menores concentrações as vitaminas A, D e C.
– Compostos fenólicos: O arroz vermelho e o preto são os mais ricos em compostos fenólicos, estes trazem inúmeros efeitos benéficos a saúde, decorrente a sua ação antioxidante, auxiliando a prevenção de danos celulares e de doenças crônicas, incluindo doenças cardiovasculares, envelhecimento, diabetes e câncer.
– Ácido fítico (fitato): é uma forma de armazenamento de fósforo. Apesar de associado a menor absorção de vários minerais, como cálcio, ferro e zinco, pesquisas recentes têm demonstrado que esse composto pode auxiliar na manutenção da saúde, devida sua ação antioxidante.
Resumindo o arroz integral é um alimento “chave” para atingir as necessidades diárias de vitaminas e mineiras, que proporciona benefícios a saúde além de inúmeros benefícios a estética.
Fonte: A Nutricionista