O diabetes surge quando o organismo não consegue produzir de forma adequada o hormônio chamado insulina. A insulina é produzida pelo pâncreas, e é responsável pelo controle das taxas de açúcar (glicose) no sangue. A insulina também ajuda a controlar a quantidade de gorduras no corpo, mantém a massa muscular e atua no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes.
Nas pessoas diabéticas, a falta de insulina faz com que os níveis de glicose no sangue aumentem exageradamente. O excesso de glicose no sangue danifica todo o organismo, principalmente o coração, cérebro, rins, nervos e olhos.
Existem basicamente dois tipos de diabetes, e diferenciá-los é importante porque a forma de tratamento e acompanhamento é diferente em alguns aspectos.
Diabetes tipo 1:
Corresponde a 10% dos casos de diabetes. É o diabetes que aparece geralmente em pessoas muito jovens (crianças e adolescentes). Normalmente não é hereditário e não pode ser prevenido. Surge devido a um defeito no sistema imunológico que passa a danificar o pâncreas, comprometendo de forma definitiva a produção de insulina. É por isso que esse tipo de diabetes é também chamado de auto-imune, pois o próprio sistema imunológico agride o pâncreas provocando o diabetes. O único tratamento para esses pacientes é através do uso da insulina pelo resto da vida, além de dieta e atividade física. Como dito anteriormente, a insulina ajuda não apenas a controlar a glicose no sangue, mas também é importante para o crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes.
Os pacientes com diabetes tipo 1 têm uma maior chance de desenvolverem outras doenças auto-imunes, como doenças da tireóide, vitiligo, anemias, doenças de glândulas suprarrenais, menopausa precoce, dentre outras. Assim, esses pacientes devem realizar exames periódicos para se prevenir as complicações do diabetes e também avaliação para outras doenças auto-imunes. Apesar de ser um diabetes que se inicia muito cedo na vida da pessoa, com o controle adequado o paciente pode levar uma vida normal.
Diabetes tipo 2:
Representa 90% dos casos de diabetes. Surge quando ocorre uma resistência das células do organismo à insulina e o pâncreas não consegue vencer esta resistência. Normalmente é hereditário e sofre grande influência dos maus hábitos de vida: sedentarismo, dieta desbalanceada, abuso de bebidas alcoólicas, ganho de peso. Muito frequentemente é acompanhado de hipertensão arterial, obesidade e dislipidemias (aumento de triglicérides e colesterol), sendo portanto uma diabetes de altíssimo risco para doenças cardiovasculares (infarto e derrames). É considerado um diabetes muito traiçoeiro porque quando a pessoa o descobre, geralmente já se passaram vários meses ou anos em que ele estava presente, danificando o organismo. O tratamento envolve dieta, exercícios e medicamentos que aumentam a produção de insulina pelo pâncreas ou que fazem a insulina trabalhar melhor no organismo. Quando os medicamentos falham, pode ser necessário usar insulina. Como é hereditário, recomenda-se que os parentes de primeiro grau, a partir dos 30 anos de idade, realizem exames periódicos.
Pessoas mais jovens da família que estejam acima do peso devem também realizar exames periódicos. O diabetes tipo 2 pode ser prevenido com uma vida saudável.
Fonte: Jornal o Correio