Malanje – A especialista em endocrinologia, diabetes e metabologia, Manuela Sande, alertou quinta-feira, em Malanje, que a diabete mellitus tipo 2 é encarada como uma das grandes epidemias do século XXI e, como tal, torna-se perigosa nos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento.
Ao intervir nas 2ªs Jornadas Cientificas da Faculdade de Medicina de Malanje, da Universidade Lueji A’Nkonde, explicou que o crescimento e prevalência da doença são atribuídas ao envelhecimento populacional.
De igual modo, esclareceu, a doença pode propagar-se devido ao estilo de vida actual, caracterizado por inactividade física e hábitos alimentares que predispõem ao acumulo da gordura corporal.
Explicou que os doentes podem ter complicações crónicas, como macroangiopatia, retinopatia, nefropatia e neuropatias, que podem ser debilitantes.
Quando se atinge esse “estágio”, alertou, o tratamento pode tornar-se muito oneroso para o sistema de saúde.
Fez saber que a doença cardiovascular é a primeira causa de mortalidade de indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 e a retinopatia a primeira causa de cegueira adquirida.
A nefropatia é uma das maiores responsáveis pelo ingresso a programas de diálise, enquanto que o pé diabético é a causa de amputações de membros inferiores, acrescentou.
Segundo Manuela Sande, hoje existem amplas evidências sobre a viabilidade da prevenção das diabetes, tanto da doença em si, quanto das suas complicações crónicas.
Revelou que desde 1985 a 2005 cerca de 240 milhões de pessoas apresentam diabetes mellitus, cujo número poderá atingir 366 milhões em 2030, dos quais dois terços habitarão nos países em desenvolvimento como Angola.
Durante dois dias, os participantes vão abordar temas relacionados ao internamento e gestão clínica, humanização em assistência de enfermagem, acreditação em educação médica, hemorragias em ginecologia e obstetrícia e diabetes.
As jornadas, que decorrem sob o lema “Indicadores de saúde e qualificação dos futuros profissionais da IV região académica”, estão a ser orientadas por prelectores das República de Cuba, Espanha, Ilhas Canárias e Portugal.
Participam das mesmas trezentas e 50 pessoas, entre estudantes da Escola Técnica de Saúde e dos cursos de medicina e enfermagem da Faculdade de Medicina de Malanje, técnicos sanitários e interessados.
Conta ainda com a participação do reitor da Universidade Lueji a’ Nkonde, Samuel Vitorino, do bastonário da Ordem dos Médicos de Angola, Carlos Pinto, do decano da Faculdade de Medicina de Malanje, André Neto, bem como da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Teresa Vicente.
Fonte: Portal Angop