O número de obesos no Brasil aumentou 240% nos últimos 10 anos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia apontam que 15% das crianças são obesas e estudos do IBGE indicam que em 10 anos existirá três crianças obesas para cada duas desnutridas. O assunto foi discutido na tarde do último sábado na I Jornada Pediátrica do Pará, realizada no Computer Hall, que teve como destaque a participação do especialista em nutrição e metabolismo infantil Luís Anderson Lopes, professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp).
Ele falou sobre “Obesidade na Infância, o que há de novo: dos riscos da síndrome metabólica às indicações de cirurgia bariátrica” e sobre “Baixa estatura: como diagnosticar e quando tratar”.
Segundo o especialista, esses dados preocupam porque a possibilidade de uma criança obesa ser um adulto com sobrepeso é de 70%, trazendo consigo todas as consequências disso como o risco de diabetes, hipertensão e problemas cardíacos. “Temos na obesidade infantil um grave problema de saúde pública”, alerta o especialista que é Doutor em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo.
Segundo ele, os bebês que nascem com mais de quatro quilos têm tendência a ser adolescentes gordos. Quanto mais precoce é feita a introdução de complementos alimentares, maior o risco de obesidade.
“O crescimento de obesos no pais é exponencial”, afirma Lopes. Entre os escolares, a prevalência já é de 15 a 20%. E o pior, segundo ele, é que de cada três crianças obesas duas são desnutridas pela introdução do costume de ingestão de alimentos muito energéticos e com alto teor de sódio, como bolachas e doces que acumulam gordura no corpo, mas não nutrem o organismo. “Só um copo de refrigerante tem duas colheres de açúcar”, alerta. “Até índios já estão se tornando vítimas, com crianças cada vez mais gordas, mas desnutridas”.
Além de alertar para a falta de atenção de pais no que toca a disciplina alimentar dos filhos, ele recomenda que crianças façam atividades físicas de lazer de pelo menos 30 minutos três vezes por semana, e de 60 minutos para os que fazem tratamento de síndrome metabólica, para se garantir uma adolescência mais saudável.
Outro problema causado pelo excesso de peso é a diminuição da estatura pela falta de ingestão de cálcio durante a infância e adolescência.
Fonte: Diário do Pará