Uma descoberta sobre o mecanismo de produção de energia das células pode se tornar um novo tratamento para a diabetes.
Segundo os cientistas, a enzima chave em um processo que poderia tratar a doença é estimulada por duas moléculas, não uma, como se pensava anteriormente.
Muitas vezes considerada o regulador de energia da célula, a enzima chamada proteína quinase ativada por amp (AMPK) ajuda a “recarregar” uma célula, estimulando a criação de adenosina trifosfato (ATP), que alimenta a atividade da célula.
Quando o ATP se quebra, torna-se adenosina difosfato (ADP) e monofosfato de adenosina (AMP). Uma vez que o ATP está esgotado, a AMP estimula a fosforilação da AMPK (adição de um grupo fosfato para a enzima). Isso desencadeia a produção de mais ATP.
Durante décadas, pensava-se que só a AMP tinha o poder de ativar a AMPK. De que jeito? A AMP faz com que a AMPK mude de forma, expondo seu “local ativo”, e assim tornando-a mais susceptível de ser fosforilada, ou se liga a ela, tornando-a mais propensa a ser fosforilada por outras enzimas.
Agora, pesquisadores descobriram que a ADP também pode ativar a AMPK. Ao misturar ADP com a AMPK expressa em células de rins de macacos, a equipe descobriu que a ADP poderia persuadir fosfatos a se vincular a AMPK a uma taxa semelhante à AMP.
A nova descoberta fornece um alvo novo para o tratamento de diabetes tipo 2, condição que se caracteriza pela resistência ou deficiência à insulina.
Quando a AMPK é ativada nas células musculares, elas se tornam mais sensíveis à insulina. Segundo os cientistas, a criação de drogas que amplifiquem as ações da ADP sobre a AMPK pode melhorar a sensibilidade à insulina de uma pessoa, e tratar sua doença.
Novos caminhos para aumentar a atividade da AMPK, assim, podem significar novas formas de tratar a diabetes.[NewScientist]
Fonte: Hypescience