Estudos mostram que 61% das amputações de extremidades inferiores são associadas ao diabetes, sendo que 86% destes procedimentos poderiam ser evitados. Por isso, alertar adultos, jovens e crianças sobre os cuidados, a prevenção, o diagnóstico e o tratamento dos diversos tipos de lesões que o paciente diabético pode apresentar nos pés é o objetivo de uma indicação apresentada pelo deputado estadual Mauro Savi (PR) ao Governo do Estado.
O parlamentar sugere que a Secretaria de Estado de Saúde desenvolva programas informativos sobre o que se convencionou chamar de saúde do “pé diabético” (Neuropatia Periférica).
Diabetes e problemas do pé são quase sinônimos em consequência da associação de doença vascular periférica, neuropatia, deformações ortopédicas, infecções e traumatismos. “É fato conhecido que os diabéticos são propensos à doença do pé e o temor de gangrena está sempre presente nas mentes dos diabéticos que se esforçam para manter sua saúde e proteger suas vidas”, argumenta Savi na justificativa da indicação.
Especialistas alertam para a necessidade de examinar os pés dos diabéticos todos os dias, pois eles são mais vulneráveis a ferimentos. Essa vigilância é necessária porque às vezes surgem calos que nem sempre causam dor.
A intenção do deputado Mauro Savi com essa indicação é contribuir para a diminuição das amputações de membros inferiores de pacientes diabéticos, proporcionando uma melhora na qualidade de vida e diminuindo os efeitos psicológicos deste procedimento.
De acordo com dados publicados no artigo “Educação em pé diabético” (2009), de autoria de Fabio Batista, Michael Pinzur, Augusto Monteiro e Raul Taira, “as estimativas mostram que existem 10 a 12 milhões de pacientes adultos com diabetes no Brasil, e pro-vavelmente um número semelhante de casos não-diagnosticados. 90% dos casos são diagnosticados em adultos, sendo que um quatro apresentam sinais de neuropatia periférica. A incidência de neuropatia periférica aumenta dez anos após o diagnóstico, quando o controle glicêmico está aquém do ideal”.
No mesmo artigo, os autores observam que programas governamentais mostram que são capazes de reduzir a morbidade associada ao pé diabético, bem como o índice de amputações das extremidades inferiores, em países com população de pacientes atendidos precariamente pelos serviços de saúde. Além disso, os calçados terapêuticos têm um papel importante na redução potencial da morbidade.
Fonte: O Documento