Condição genética, o sedentarismo, o estresse e principalmente os maus hábitos alimentares são os principais fatores
Considerada epidemia mundial, a obesidade é, hoje, um problema de saúde pública. Afetando mais 300 milhões de pessoa em todo mundo, ela vem aumentando significativamente nos últimos anos, em todas as idades.
Nos Estados Unidos, 60% dos homens e 51% das mulheres têm sobrepeso ou obesidade. Aqui no Brasil, 40% da população já estão acima do peso. Um estudo recente, realizado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia revelou algo ainda mais grave: 15% das crianças brasileiras são obesas.
No Acre não é diferente. Ao andarmos pelo centro da cidade, vemos que por todos os lados, muitas pessoas comem salgados fritos e bebem refrigerantes. Essa é, geralmente, a primeira refeição do dia de um trabalhador acreano. Seu João Leite, que trabalha em uma loja no centro da cidade, explica que não tem tempo de comer em casa. “Saio de casa às 5h30 da manhã. Só tenho tempo para comer aqui pelo centro da cidade. Minha primeira refeição é esta que você está vendo”. E o café da manhã não poderia ser outro que não o preferido dos acreanos: quibe de arroz com refrigerante.
Muitos são os fatores que determinam a condição de peso de uma pessoa, dentre eles citam-se a genética, o sedentarismo, o estresse e principalmente os maus hábitos alimentares. Na correria do dia a dia, poucos são os que têm tempo de sentar-se à mesa de forma regular e comer uma refeição saudável. Assim, as redes de fast food crescem, já que o excesso de trabalho, por exemplo, acaba por consumir a pessoa de tal forma que ela não tem mais tempo.
A obesidade mais problemática é aquela em que a distribuição da gordura corpórea é considerada padrão central. Isso significa que o maior acúmulo está no tronco e abdome, a conhecida “barriga de cerveja”. Esse tipo de obesidade está associado a alterações metabólicas e patológicas, sendo mais comum em homens.
A circunferência abdominal, segundo os endocrinologistas, é considerada de risco quando supera os 102 centímetros em homens e 88 centímetros em mulheres. Eles ressaltam, entretanto, que para ambos os sexos, devem-se limitar os 90 centímetros de circunferência.
Obesidade Infantil
Há um tempo, crianças “gordinhas” eram consideradas as mais saudáveis. Hoje, sabe-se que a verdade não é bem essa. A criança obesa sofre não apenas entre os colegas de classe. A verdade é que tudo é mais que um problema estético. O excesso de peso entre os pequenos pode provocar o surgimento de vários problemas de saúde, como a diabetes, problemas cardíacos e má formação do esqueleto.
Cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem com problemas de obesidade hoje, no Brasil. Desse número, oito continuam obesos na fase adulta.
As crianças ganham peso com facilidade. Isso acontece devido a hábitos alimentares errados, genética e estilo de vida sedentário. Problemas psicológicos e na convivência familiar também influenciam.
Vale lembrar que nem sempre as crianças mais gordinhas são assim por consumirem muita comida. Em geral, elas abusam dos alimentos de alto valor calórico, mas não precisamente em grande quantidade.
Combatendo a obesidade
O primeiro grande passo para começar a emagrecer de forma saudável é a reeducação alimentar. Através dela, reduz-se a ingestão calórica total e, claro, o ganho calórico decorrente. Esse talvez seja o procedimento mais difícil, já que abandonar velhos hábitos é uma das situações em que mais se precisa de suporte emocional. A orientação de um nutricionista ou endocrinologista é fundamental.
Vale lembrar que “dietas milagrosas”, que prometem emagrecer vários quilos em poucos dias não são recomendadas, por apresentarem diversos problemas. Dietas com excesso de gordura e proteína também são discutíveis. O melhor mesmo é apostar no que o médico prescrever.
A atividade física também apresenta uma série de benefícios ao paciente obeso, melhorando rendimento da dieta. Dentre eles, incluem-se:
• Aumento da ação da insulina;
• Diminuição do apetite;
• Melhora do perfil de gordura;
• Sensação de bem estar e autoestima;
O paciente deve ser orientado a realizar programas regulares, de 30 a 40 minutos, durante pelo menos quatro vezes por semana, inicialmente leves e depois passando a ser moderados.
O consumo de remédios para emagrecer só deve ser utilizado com prescrição médica. Alguns desses medicamentos possuem diversos efeitos colaterais, como arritmias cardíacas, surtos psicóticos e dependência química. Uma dieta saudável, portanto, é sempre a melhor solução para se combater esse problema que hoje, é um dos maiores do mundo.
Fonte: O Rio Branco