Dados inéditos da pesquisa Vigitel 2011 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostram que a tendência de diabetes está crescendo no Brasil. Em homens, o percentual subiu de 4,4%, em 2006, para 5,2%, em 2011. Apesar do aumento, a prevalência de homens que informam ter a doença continua sendo inferior a das mulheres (6%).
Os números foram divulgados em Maio, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O levantamento, que coletou dados nas 26 capitais e no Distrito Federal, revela que 5,6% da população declaram ter a doença. O estudo mostra ainda que o diagnóstico de diabetes é mais comum em pessoas que estudam menos: 3,7% dos brasileiros com mais de 12 anos de estudo declaram ser diabéticos, enquanto 7,5% dos que tem até oito anos de escolaridade dizem ter a doença. Uma diferença de mais de 50%.
O autorrelato de diabetes também aumenta com a idade da população. O diabetes atinge 21,6% dos idosos (maiores de 65 anos), índice bem maior do que entre a faixa etária de 18 a 24 anos (0,6%). A capital brasileira com maior percentual de diabéticos foi Fortaleza (7,3%), seguido de Vitória (7,1%) e Porto Alegre (6,3%). Os menores índices estão em Palmas (2,7%), Goiânia (4,1%) e Manaus (4,2%).
Os percentuais crescentes de diabetes no País podem estar relacionados ao aumento da obesidade e do excesso de peso, principais fatores de risco para a doença. Contribui, ainda, o aumento da população idosa e o aumento do diagnóstico da atenção básica de saúde.
Segundo o Vigitel 2011, no período de 2006 a 2011, houve um crescimento de 28% na prevalência de obesidade no Brasil. Nos homens, o percentual de excesso de peso passou de 47,2% para 52,6% nos últimos seis anos. A pesquisa também aponta que 22,7% da população adulta brasileira são hipertensos. O diagnóstico em mulheres (25,4%) é mais comum do que em homens (19,5%) e também é preocupante entre os mais velhos, chegando a 59,7% em pessoas com mais de 65 anos.
Diabetes gestacional
As mulheres ainda têm maior propensão a diabetes do que os homens, sendo grandes vítimas de dois tipos específicos da doença: a gestacional e a tipo 2. A diabetes gestacional aparece durante a gravidez e, às vezes, no pós-parto, podendo ainda voltar a qualquer momento se estabelecendo como pré-diabetes ou diabetes tipo 2. Durante a gestação é preciso tomar alguns cuidados para evitar que o bebê tenha a doença ao nascer.
No pré-natal, o médico avalia os riscos da diabete gestacional já no começo. Mulheres com excesso de peso ou que já tiveram filhos nascidos com mais de 4 ou 5 quilos, tem mais chances de ter esse tipo da doença. No geral, a ocorrência de diabetes gestacional varia entre 1% e 14%.
A diabetes tipo 2 resulta na resistência a insulina e de uma deficiência na secreção desse hormônio. A doença ocorre geralmente em pessoas obesas, acima dos 40 anos, sedentárias, e em mulheres que sofreram com diabetes gestacional.
Como prevenir ou detectar a doença?
É preciso realizar exames de urina e sangue para identificar a doença; medir o perímetro abdominal: homens devem ter menos de 90cm e mulheres menos que 88cm; diminuir 1/3 a ingestão de carboidratos simples com alto índice glicêmico como pães, doces, chocolates e frituras, por exemplo; aumentar a ingestão de verduras e legumes para que as fibras façam um filtro físico para outros alimentos; comer devagar, mastigando bem os alimentos, para aumentar a saciedade; tomar muita água, de preferência gelada para provocar a vasoconstricção; praticar exercícios regularmente, caminhadas são ideais; e manter uma dieta regrada, com acompanhamento de especialista.
Fonte: Terra