1) Quais os tipos de diabetes?
Em primeiro lugar, Diabetes Mellitus é um grupo heterogêneo de doenças do metabolismo que apresentam em comum a hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue).
Trata-se de uma doença crônica com diferentes causas e diferentes apresentações. Entre as causas mais comuns do Diabetes temos: obesidade (Tipo 2), fatores hormonais, genéticos, de autoimunidade, relacionado à gestação, ao alcoolismo, ao uso de corticoesteróides (cortisona) etc.
O tipo mais comum de Diabetes (em torno de 85% dos casos) é o chamado Tipo 2 que ocorre, em geral, após os 45 anos e está diretamente ligado aos maus hábitos de vida (dieta inadequada, sedentarismo, obesidade, envelhecimento e sono insuficiente).
Já o Diabetes do Tipo 1 (10% dos casos) é mais comum nas crianças e adolescentes e ocorre devido a uma deficiência na nossa fábrica de insulina (células beta do pâncreas) com consequente falta absoluta da mesma.
2) O que é o diabetes do tipo 2? É uma doença hereditária?
Diabetes Mellitus do Tipo 2 (DM2) é uma doença muito comum (9% dos adultos) e de grande impacto econômico e social nas diferentes populações. Trata-se de um distúrbio multifatorial onde fatores ambientais interagem com fatores genéticos (hereditariedade) no aparecimento da doença.
O DM2 caracteriza-se pela hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue) devido ao comprometimento tanto da ação como da secreção de insulina pelo pâncreas.
3) O que é o diabetes do tipo L.A.D.A.?
Interessante esta pergunta, pois hoje sabemos que há mais de 54 tipos diferentes de Diabetes. Assim, não se deve ficar tratando os portadores de diabetes como se fossem todos iguais (do Tipo 2) e é crucial que se saiba qual tipo específico de diabetes aquele determinado indivíduo tem.
Por exemplo, há um tipo de diabetes que chamamos L.A.D.A. (sigla em inglês: Latent Autoimmune Diabetes in Adults) ou Diabetes Autoimune Latente do Adulto que ocorre em torno de 15% dos diabéticos “taxados” inadvertidamente de Diabetes do Tipo 2.
Na realidade, estes pacientes têm o tipo LADA (ou também diabetes Tipo 1,5) e vão necessitar sempre de insulina precocemente. Caracteristicamente, este tipo de diabetes ocorre após os 30 anos e permanece por, pelo menos, 6 meses sem nenhuma necessidade de insulina exógena (não necessitam de tomar insulina inicialmente).
4) Quantas e quais frutas um indivíduo portador de diabetes pode comer?
As frutas são fontes de energia, água, carboidratos simples (frutose), fibras, sais minerais, vitaminas e até gordura, mas não têm proteínas! Portanto, não é recomendável deixar de tomar uma refeição principal (café, almoço ou jantar) para substituir por frutas!
Deve-se sempre variar os tipos de frutas ao longo do dia e evitar o consumo excessivo. As frutas de alto índice glicêmico devem ser consumidas como sobremesa pelo diabético, ou seja, nunca como componente único da refeição. Dentre elas: melancia, abacaxi, uva, banana, manga, laranja.
A moderação no consumo de frutas é importante e deve variar de 3 a 5 porções/dia, sendo considerado uma porção: 1 banana pequena, 1 maça média, 1 pêra média, 1 fatia de mamão, 1 fatia de melão, 10 gomos de uva, 10 unidades de morango.
5) Um indivíduo portador de diabetes pode consumir produtos como mel, açúcar mascavo e caldo de cana?
Mel, caldo de cana e açúcar mascavo não são aconselháveis para os portadores de Diabetes, pois são carboidratos simples e de alto índice glicêmico, isto é, são rapidamente absorvidos e aumentam muito os níveis de glicemia (açúcar do sangue).
Deve-se dar sempre preferência aos carboidratos complexos e de baixo índice glicêmico (além de serem absorvidos mais lentamente, mantêm os níveis de açúcar do sangue mais estáveis.
São exemplos de carboidratos complexos: arroz integral, pão integral, cereais matinais não adoçados, mingau de aveia, legumes, macarrão e massas integrais, feijão, farinhas, sopas, vegetais ricos em amido como batata, cenoura, beterraba.
Por outro lado, deve-se ter cautela com alimentos dietéticos, light, ou especiais para diabéticos como: chocolate dietético ou diet, pudim diet etc. Estes não têm açúcar simples, mas têm gordura e não oferecem vantagens, pelo contrário, podem induzir o diabético a pensar que pode ingeri-los livremente. Mais uma vez, a moderação é crucial.